Branding: Até onde vai uma marca?

Importante não confundir marca com logotipo. O logotipo é a cereja do bolo, é a representação gráfica dos atributos que uma marca deseja passar. Olha que responsabilidade, um logotipo deve traduzir numa equação (que deve parecer simples, mas na verdade é muita complexa) “símbolo + naming” o peso de uma corporação, organização, ideia, um objetivo, uma solução.

Mas por mais que se desenvolva um super logotipo, que acerte na mosca, que consiga resumir visualmente tudo que um negócio ou projeto represente, se a empresa ou o demandante do logo não tomar para si e segurar esse conceito, a marca se vai, se confunde em si mesma. A marca precisa de cuidados para se manter e para se reconstruir permanentemente, sem perder, porém, a sua essência.

Muitas empresas se enganam pensando que uma representação gráfica pode segurar sua marca, mas nenhum logotipo tem esse poder se a marca não for tratada com a devida dimensão. Uma marca se constrói com experiências, acima de tudo. E não apenas experiências de consumidores, mas de todos os públicos que se relacionem com ela: público interno, clientes, fornecedores, acionistas, investidores, parceiros…os chamados stakeholders.

O que acontece com uma empresa que tem um mega logotipo, mas que disponibiliza produtos ou serviços de qualidade duvidosa? Ou que não valoriza seus funcionários? Ou que não respeita seus fornecedores? Ou que não cumpre com seu papel sustentável? Marca é reputação, e precisa de um trabalho árduo e contínuo para se perpetuar.

Uma eficiente representação gráfica disso, de uma reputação consistente, certamente terá êxito e é, sem dúvida nenhuma, indispensável. Do contrário, pobre designer, se matando para entregar um logotipo incrível para uma marca aquém disso…verá seu trabalho indo por água a baixo, lamentavelmente.

fonte:Design Culture (Gisele Monteiro)